O avanço da transformação digital mudou profundamente o comportamento do consumidor e o funcionamento do varejo. Hoje, mesmo o cliente que prefere comprar em lojas físicas costuma pesquisar produtos, comparar preços e buscar avaliações na internet antes de finalizar uma compra.
Após a pandemia, esse movimento se intensificou e se consolidou de maneira irreversível. O e-commerce brasileiro registrou um salto histórico entre 2020 e 2022, crescendo 34,1% em 2021 e 9,9% em 2022. Mesmo após o pico do isolamento, o setor manteve um ritmo constante de expansão, com as vendas online representando 18,7% do varejo total em 2025, um dos maiores patamares já observados. Em comparação aos níveis pré-pandemia, o comércio eletrônico nacional cresceu 50%, evidenciando que o hábito de comprar pela internet se tornou parte permanente da rotina do consumidor.
O impacto foi especialmente transformador para as micro e pequenas empresas, que registraram um crescimento impressionante de 1.200% nas vendas online desde o início da pandemia. Esse avanço foi impulsionado por plataformas digitais acessíveis, integração com marketplaces e novas ferramentas de pagamento, como o Pix, que facilitam a entrada de pequenos negócios no ambiente digital.
Do básico ao diferencial competitivo
Nesse cenário, pequenas e médias empresas do varejo precisam adotar tecnologias que aumentem sua visibilidade digital, eficiência operacional e capacidade de relacionamento com o cliente. A digitalização deixou de ser uma opção e passou a ser um diferencial competitivo essencial para quem deseja crescer e se manter relevante.
Para muitos pequenos empresários, a tecnologia ainda é vista como algo caro e complexo, mas o mercado atual mostra o contrário: as soluções digitais se tornaram acessíveis, escaláveis e adaptadas às realidades de negócios menores. Plataformas de e-commerce, sistemas de gestão, meios de pagamento online e ferramentas de marketing digital permitem que mesmo uma loja de bairro tenha presença na internet e alcance clientes em qualquer lugar do país.
Integrando físico e online com inteligência
Digitalizar não significa abandonar o ponto de venda físico, e sim usar a tecnologia para potencializar as vendas e melhorar a experiência do cliente. Um bom exemplo é o modelo conhecido como figital, que integra o ambiente físico ao digital. Uma loja de roupas, por exemplo, pode criar uma vitrine online na qual de o cliente veja o estoque, faça pedidos e retire na loja, oferecendo comodidade e fortalecendo o vínculo com o público.
O primeiro passo para entrar nesse universo é criar ou otimizar um canal de vendas online. É essencial ter um espaço digital próprio – seja um site de e-commerce, uma loja em marketplaces ou até um catálogo interativo. Além da presença digital, é fundamental investir em ferramentas de gestão e automação. A operação online exige controle rigoroso de estoque, logística e finanças, e softwares de gestão são aliados indispensáveis nesse processo. Eles permitem atualizar estoques automaticamente entre loja física e virtual, integrar vendas, notas fiscais e meios de pagamento, reduzir erros operacionais e acompanhar o desempenho de produtos e canais em tempo real.
Contudo, ter uma loja virtual não é suficiente. É preciso atrair e fidelizar clientes, e é aqui que o marketing digital entra em cena. Com estratégias simples e bem aplicadas, é possível alcançar resultados expressivos. Outro ponto essencial é a integração entre o físico e o digital, conhecida como estratégia omnichannel. O consumidor moderno valoriza conveniência e flexibilidade, e espera uma experiência de compra fluida, seja pelo celular, no site ou presencialmente.
A inteligência artificial (IA) também se tornou um pilar dessa nova era do varejo. Hoje, 64% das empresas brasileiras consideram a IA uma prioridade estratégica, e 59% das varejistas já utilizam soluções inteligentes para otimizar operações, prever demandas e personalizar a comunicação com clientes. A expectativa é que mais de 60% das vendas digitais em 2025 sejam influenciadas por tecnologias de IA, desde recomendações automáticas de produtos até chatbots que atendem consumidores 24 horas por dia.
Além disso, tendências como o retail media(publicidade dentro das próprias plataformas de varejo) e o mobile commerce (m-commerce) estão moldando o novo cenário. As compras por celular continuam crescendo exponencialmente, consolidando-se como o principal meio de acesso ao e-commerce, enquanto as marcas investem em publicidade personalizada com base em dados de comportamento.
Apesar de todo esse avanço, o setor ainda enfrenta desafios importantes, como a maturidade tecnológica, a falta de mão de obra qualificada, a cultura digital limitada e a necessidade de investimentos contínuos em infraestrutura.
Em resumo, 2025 marca a consolidação da digitalização do varejo brasileiro, em que a tecnologia, especialmente a IA, redefine a forma como as empresas operam e interagem com seus clientes. Para as pequenas e médias lojas, o momento é de oportunidade: com o uso inteligente das ferramentas digitais, é possível criar operações mais eficientes, ampliar o alcance da marca, conquistar novos públicos e fidelizar clientes.
A tecnologia, quando bem utilizada, torna-se o melhor vendedor de qualquer loja, disponível 24 horas por dia, com alcance ilimitado e capacidade de transformar desafios em oportunidades de crescimento real e duradouro.
Fonte: ecommercebrasil.com.br
